O que é?
Bulimia é um distúrbio alimentar que gera na pessoa uma compulsão muito grande em ingerir muita comida e, logo após, é tomada por um sentimento de arrependimento ou de medo de engordar, fazendo com que recorra a meios de eliminar o que foi ingerido. Dentre esses meios, os mais comuns são a indução de vômitos, o consumo de laxantes e diuréticos ou a excessiva prática de exercícios.
A doença pode ser catalogada em duas diferentes maneiras:
- Bulimia com expurgação: A pessoa regularmente auto-induz o seu vômito ou faz uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas após comer compulsivamente.
- Bulimia sem expurgação: Utilização de outros métodos para se manter livre das calorias e evitar o ganho de peso, como a prática do jejum, dieta rigorosa ou exercício excessivo.
Pessoas com bulimia estão sempre preocupadas com a aparência, principalmente com o peso. O paciente não consegue aceitar seu corpo da forma como ele é, ou tem a impressão de que está acima do peso em níveis acima da realidade. Isso pode levar a um quadro de ansiedade, que faz a pessoa buscar maneiras bruscas de perder peso rapidamente, ao mesmo tempo em que busca conforto na comida.
O que diferencia a bulimia de outros transtornos alimentares é o comportamento de tentar livrar-se do que comeu regularmente, independentemente de como exatamente isso acontece. A ênfase está sempre na eliminação de calorias extras com objetivo de evitar ganho de peso ou para alcançar a perda de peso.
Causas
Muitos fatores podem estar envolvidos nos motivos que levam à sua ocorrência.
A influência exercida pela mídia sobre o comportamento e o padrão de beleza das pessoas também pode estar entre as possíveis causas da bulimia. O culto ao corpo magro e o desprezo às pessoas acima do peso pregado pela indústria da beleza e da moda, aparentemente, levam milhões de pessoas em todo o mundo a apresentar quadros de bulimia.
Fatores genéticos, psicológicos, traumáticos, familiares, sociais ou culturais podem contribuir para seu desenvolvimento.
A genética também pode ser um fator de risco para a bulimia. Estudos mostram que ter um parente com bulimia pode favorecer o desenvolvimento da doença. No entanto, ainda não está certo se é um fator genético que predispõe à bulimia ou o comportamento familiar que favorece a doença.
Sintomas
Preocupação excessiva com o peso e com a silhueta;
Ter medo de ganhar peso;
Perder o controle sobre o que come;
Comer em excesso até sentir desconforto ou dor;
Forçar o vômito após comer;
Usar suplementos diários de perda de peso;.
Apresenta sintomas de desnutrição, tais como: tontura, desmaio, fadiga, sono ou insônia e inchaço no corpo;
Emagrecimento súbito;
Vômitos após as refeições: a pessoa pode ir ao banheiro logo após se alimentar e permanece por lá por muito tempo;
Uso de laxantes e diuréticos: alguns sinais podem ser apresentados por conta dessa prática, como queixas de cólicas abdominais, inflamações anais ou descontrole intestinal.
Efeitos colaterais
Um dos efeitos colaterais mais perigosos e comuns da bulimia são os danos causados ao sistema digestivo, uma vez que comer demais e depois se livrar do alimento têm efeitos negativos sobre a produção de enzimas digestivas, equilíbrio de fluidos e níveis de eletrólito.
Vomitar e tomar laxantes podem levar a desequilíbrios eletrolíticos e químicos, que causam efeitos em cascata em outros sistemas e órgãos, como um batimento cardíaco anormal e sintomas de depressão. Ao mesmo tempo, altas quantidades de estresse juntamente com deficiências de nutrientes podem alterar os níveis hormonais e alterar o funcionamento do neurotransmissor.
Alguns dos efeitos negativos da bulimia nervosa para a saúde são:
> Desequilíbrio de potássio e sódio, uma vez que o vômito/purga pode alterar os balanços de nutrientes, eletrólitos e fluidos chave;
> Batimentos cardíacos irregulares e maior probabilidade de ataques cardíacos, insuficiência cardíaca e morte devido a um desequilíbrio eletrolítico;
> Desidratação, que pode afetar negativamente a digestão, capacidades mentais, movimentos musculares e funcionamento do coração;
> Capacidade reduzida de digerir os alimentos corretamente e absorver nutrientes;
> Problemas para ir ao banheiro normalmente, incluindo estômago inchado, constipação e diarreia, causada por tomar laxantes e alterar os níveis de enzimas e eletrólitos;
> Maior risco de úlceras e rupturas gástricas;
> Maior probabilidade de ter mudanças de peso que afetam negativamente a tireoide e a saúde hormonal;
> Maior probabilidade de lidar com infertilidade e menstruações irregulares;
> Diminuição da resposta imunológica a infecções ou doenças mais comuns;
> Maior risco de depressão, transtornos de ansiedade e suicídio;
> Níveis mais elevados de inflamação, o que pode aumentar o risco de várias doenças crônicas;
> Cárie dentária grave.
Tratamento
O tratamento depende da gravidade da bulimia, assim como a resposta da pessoa aos tratamentos.
Se você acha que pode ter, ou tem bulimia, a melhor coisa que você pode fazer é procurar ajuda profissional. A psicoterapia é oferecida para aqueles que sofrem desta condição para ajudá-los a recuperar o controle sobre seus pensamentos e ações. A terapia comportamental funciona muito bem no tratamento de distúrbios alimentares, tais como bulimia. Durante este tipo de tratamento, o psicólogo especializado irá trabalhar com você para ajudá-lo a aprender a reconhecer as formas com que o alimento faz você se sentir e como mudar seus comportamentos em resposta a essas emoções.
O processo é doloroso e exige um trabalho árduo da parte do paciente e de sua família. Admitir que você tem um problema é o primeiro passo para obter tratamento.